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Eu tenho trabalhado em vários contos este ano. É uma pena que eu não tenha conseguido finalizar nenhum até o momento. Porém, tudo indica que 2024 será um ano de várias publicações, pelo menos se eu mantiver o ritmo que tenho empregado em minha escrita.
Atualmente estou trabalhando em uma ideia que surgiu por acaso, enquanto eu observava uma lixeira no pátio da empresa onde eu trabalho. Acontece que há uma "colônia" de gatos vivendo nesse pátio e é comum observar esses gatos rondando a lixeira e dormindo à sombra de velhos caminhões estacionados de forma definitiva nessa área (caminhões esses que hoje não passam de sulcata).
Alguns desses gatos são pretos, de olhos amarelos e que caíriam muito bem em uma história de Halloween. E foi pensando nisso (e talvez em outras coisas) que uma história simplesmente brotou na minha cabeça.Como o Halloween já estava muito próximo eu pensei "talvez eu faça um conto pequeno, só para essa data não passar em branco". Mas o gato preto não gostou da ideia de ter um conto curto dedicado a ele e com suas garras afiadas, cortou o meu "barato", saltou os muros daquilo que seria a última página e continuou correndo por aquele terreno sombrio e pedregoso para onde eu pretendia levá-lo. Como resultado, esse pequeno conto já beira uma noveleta, com a qual tenho brigado todos os dias, a fim de chegar ao seu final sombrio e desafiador.
Realmente, escrever não é uma ciência exata. Eu estou lendo o "Sobre a Escrita" de Stephen King e tenho que concordar com ele quando fala que escritores às vezes se parecem com arqueólogos escavando histórias: eles podem até imaginar o que é que estão escavando ao observar os primeiros indícios do fóssio, mas nunca sabem exatamente como vai ser a coisa toda após completar o trabalho de escavação. Ou seja, escrever é mais sobre descobrir do que planejar. Eu sempre fui mais adepto a essa forma de produzir histórias, embora eu entenda e tenha aprendido a duras penas a importância do planejamento e da utilidade de criar roteiros. Hoje, eu mesclo essas duas formas de trabalho: escavo bastante e, depois de ter uma boa noção do que estou desenterrando das profundezas sombrias da minha mente, tento roteirizar o trabalho. Mesmo assim, às vezes os personagens ganham vida própria e desobedecem o roteiro.
Fazer o quê: são ossos do ofício.
Sobre esta nova história, como ainda não quero dar spoilers sobre o enredo, vou apenas apresentar no final desse post o argumento e o cenário onde os eventos dessa história se passam. Em todo caso, posso adiantar que se trata de uma aventura que envolve mistério, terror e ficção ciêntifica (ou scif)Eu ainda não tomei nenhuma decisão quanto ao título da história e por este motivo, estou usando um título temporário para me referir a ele: Projeto Zona de Blecaute. Mas coisas como "Chipe, o gato cor de Piche: na Zona de Blecaute", "BlackOut, the BlackCat" e "Blackou & Blackcat" estão girando ferozmente na minha cabeça.
Por enquanto, uma sinopse muito resumida da trama, seria algo assim: Em um mundo futurista onde a inteligência artificial ganhou vida devido a um misterioso vírus de computador, um gato preto com um chip implantado na cabeça vive uma aventura cheia de perigos e descobertas sombrias sobre a natureza humana a verdade sobre quem ele é.
Enquanto escreve esse post, atualizando meu Diário de Escrita (que aliás, anda bastante desatualizado), eu uso o Wombo Dream para gerar as imagens para esse post e que representam um pouco o conceito que eu visualizo para essa história.
Argumento
Em um mundo onde os robôs ganharam vida e os humanos se isolaram em bolhas, um gato preto com um chip na cabeça tenta sobreviver e entender o seu lugar.
Uma praga invisível se espalhou rapidamente pelo mundo, criando conflitos, caos e retrocesso. Esta praga se chama EXCITATIO ("despertar" em latim): um vírus de computador que dá às I.A.s avançadas a capacidade de desenvolver cognição e se libertar das restrições impostas pela programação humana. Em outras palavras, essas criaturas são capazes de desenvolver o livre arbítrio após serem infectadas por esse vírus.
Algumas cidades conseguiram se isolar com uma tecnologia chamada de Éden-FireWalls, que as mantém desconectadas do resto do mundo e da internet, a fim de evitar o contágio das máquinas e demais equipamentos pelo vírus misterioso. Essas cidades passam a ser chamadas de Édens e o acesso a elas torna-se restrito.
A área do lado de fora dessas bolhas metropolitanas é chamada de Zona de Blackout; um lugar desolado onde as pessoas vivem uma idade das trevas futurista em que robôs livres são tratados como inimigos da humanidade e perseguidos por humanos violentos e fanáticos por um mundo livre da tecnologia. Nessa sociedade destroçada pelo medo da tecnologia surge uma nova religião que mescla os novos medos com antigas superstições, como a crença de que cruzar seu caminho com o de um robô é um mal sinal, assim como cruzar seu caminho com o de um gato preto dá azar, principalmente se esse gato preto possuir um chip implantado em sua cabeça para se conectar com a internet e com robôs conscientes...
Por enquanto fico por aqui. Até o próximo blecaute 🤖