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Mostrando postagens de setembro 21, 2025

O Mapa: De Éder para as Terras Selvagens - O Início da Jornada

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🗡️ Àquele que encontrar este pergaminho... O vento uivou na noite do equinócio de Primavera, trazendo o cheiro de tempestade. Não uma chuva comum, mas a fúria dos céus que prenuncia grandes mudanças. Olhei para fora da minha cabana, a única estrutura neste acampamento rústico, e vi as nuvens escuras se juntando, uma massa disforme de sombras engolindo o céu. O vento já rugia sobre as copas das árvores, que vergavam sobre aquela presença poderosa. Aquela tempestade não vai apenas lavar a terra; ela vai remodelar a paisagem. Por tempo demais, este lugar tem sido um refúgio. "O Estranho Mundo de Éder", meu diário de bordo, um registro de minhas leituras, jogos e devaneios. Mas um bárbaro não foi feito para ficar no mesmo lugar. A vida em um acampamento, por mais confortável que seja, não tem a glória de uma nova jornada. Há um desejo selvagem em minha alma que me impele a buscar algo mais. Um desejo de explorar, de descobrir, de enfrentar o desconhecimento. Recentemente, encont...

Saohime: A Deusa da Primavera e sua Lenda Japonesa Esquecida

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Saohime: A Deusa Japonesa da Primavera que Encontrei em Minha Busca por Sombras É fascinante como a pesquisa para um projeto literário nos leva por caminhos inesperados. A jornada para dar forma a PROJETO MONTERUGIDO me fez buscar histórias de tragédia e redenção, de dualidade e de beleza que nasce nas cinzas. Pois, como bem sabemos, a primavera não é apenas flores e cores; é também a vida que se renova sobre o que se perdeu. Foi nessa busca por inspiração que esbarrei em uma figura notável do folclore japonês: Saohime. Minha afinidade com as lendas nipônicas vem, claro, da minha juventude devorando animes e mangás, e encontrar uma deusa da primavera com uma história tão complexa e melancólica foi como descobrir uma relíquia esquecida. Saohime é a prova de que a dualidade entre o belo e o trágico é um tema universal, que ressoa desde os mitos gregos até as lendas orientais. A Deusa dos Registros Antigos Para entender a história de Saohime, é preciso olhar para os textos mais antigos do...

Perséfone: A Sombria Deusa da Primavera no Submundo

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A Estação dos Véus Tênues: Reflexões sobre a Primavera A primavera, para a maioria das pessoas, é um momento de alegria e renovação . As flores desabrocham, a terra se enche de verde e a promessa de vida parece dissipar a frieza do inverno. Para nós, no entanto, que habitamos as sombras e entendemos a dança entre a vida e a morte, a estação é um lembrete do poder arquetípico que reside na transição . O fim do frio não é a mera chegada de um clima ameno; é o despertar da natureza após uma "morte" simbólica . E esse ciclo, de vida-morte-vida, ressoa em minha própria jornada criativa. Eu vejo, por exemplo, o meu PROJETO MONTERUGIDO  (ou O Ermitão da Torre Velha, relacionado com o livro "Os Dois Suna Mandís" ) começar com um festival de primavera, uma celebração de vida que, inevitavelmente, carrega o eco das sombras. A dualidade da estação inspira a dualidade que busco em meus personagens e cenários. Não há flores sem a terra escura, e não há vida sem a sombra da morte...