O lado sombrio do carnaval romano na antiguidade

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Pode parecer que o Carnaval é uma festividade que não diz muito respeito a um lugar como esse, em que a fantasia sombria é uma das temáticas principais. Porém, nem sempre as coisas são tão óbvias quanto parecem e o Carnaval possui sim alguns temas (talvez vários) que posamos abordar por estas bandas, em que o Halloween dura o ano todo e as sombras reinam absolutas.

Você sabia que o carnaval tem origens em diversas culturas antigas, como a babilônica, a egípcia e a grega? Mas foi na Roma Antiga que o carnaval assumiu um caráter de inversão social, de liberdade e de alegria, mas também de violência e de crueldade. Neste post, vamos explorar alguns aspectos do carnaval romano que revelam o seu lado sombrio, inspirados pelo romance clássico de Alexandre Dumas, O Conde de Monte Cristo. Sim, foi lendo o Conde de Monte Cristo pela primeira vez que tive conhecimento do quão sombrio era o carnaval em suas origens e desde então espero por uma oportunidade para escrever a este respeito.

As Saturnálias

As Saturnálias eram festas em homenagem a Saturno, o deus da agricultura e do tempo. Elas aconteciam no final de dezembro, coincidindo com o solstício de inverno, e duravam cerca de uma semana. Durante esse período, as convenções sociais eram suspensas: os escravos podiam se vestir como seus senhores, os jogos de azar eram permitidos, as escolas e os tribunais fechavam e as pessoas trocavam presentes e brincadeiras. Era um tempo de festa, de comida, de bebida e de diversão.

Mas as Saturnálias também tinham um lado obscuro. Elas eram marcadas por excessos, por bebedeiras e por violências. Os escravos podiam zombar de seus senhores, mas também podiam ser castigados por eles. Os sacrifícios humanos eram praticados em honra a Saturno, que era considerado um deus cruel e sanguinário. Os gladiadores lutavam até a morte nos circos, para o deleite da multidão. E os criminosos eram executados publicamente, de formas brutais e humilhantes.

Uma das tradições mais curiosas das Saturnálias era a escolha de um rei da festa, chamado de Saturnalicius Princeps, que era sorteado entre os participantes. Ele tinha o poder de ordenar qualquer coisa que quisesse, por mais absurda ou indecente que fosse, e todos tinham que obedecer. Ele também podia insultar e ridicularizar quem ele quisesse, sem sofrer nenhuma consequência.

No entanto, há uma controvérsia sobre o destino do rei da festa. Alguns relatos afirmam que ele era sacrificado em honra a Saturno, como uma forma de expiar os pecados cometidos durante o período de libertinagem. Outros relatos, porém, negam essa informação, e dizem que ele era apenas uma figura simbólica, que não sofria nenhum dano físico. Portanto, não podemos afirmar com certeza se o rei da festa era ou não sacrificado. Mas podemos reconhecer que essa era uma tradição muito interessante, que mostrava a inversão de papéis e a subversão da ordem social durante o carnaval romano.

A Mazolata

Uma das formas de execução mais terríveis que aconteciam durante o carnaval romano era a Mazolata. Ela consistia em cortar a garganta do condenado, mas não o suficiente para matá-lo, e depois jogá-lo no chão, chutá-lo e pisoteá-lo, até que ele morresse de hemorragia. Era um espetáculo macabro, que atraía a curiosidade e a crueldade dos espectadores.

Essa cena é descrita com detalhes por Alexandre Dumas em seu romance O Conde de Monte Cristo, publicado em 1844. No livro, o protagonista, Edmond Dantès, que se tornou o rico e misterioso Conde de Monte Cristo após escapar de uma prisão injusta, leva dois jovens franceses, Albert de Morcerf e Franz d’Epinay, para assistir à Mazolata em Roma, durante o carnaval de 1838. Ele faz isso como parte de seu plano de vingança contra os inimigos que o traíram no passado, e que estão relacionados aos dois rapazes.

A cena é uma das mais impressionantes e sombrias do livro, e mostra o contraste entre a alegria e a brutalidade do carnaval romano. Dumas se inspirou em relatos históricos e em sua própria viagem à Itália para escrever essa passagem, que revela o lado obscuro do carnaval na antiguidade.

Outras festas romanas

Além das Saturnálias, os romanos celebravam outras festas que tinham características carnavalescas, como as Lupercálias, as Bacanais e as Florálias. As Lupercálias eram festas em honra a Luperco, o deus dos pastores e dos rebanhos, que aconteciam em fevereiro. Elas envolviam rituais de purificação e de fertilidade, em que os sacerdotes de Luperco, chamados de lupercos, corriam nus pelas ruas, chicoteando as mulheres com tiras de couro de cabra, para garantir a sua fecundidade. As Bacanais eram festas em honra a Baco, o deus do vinho e da embriaguez, que aconteciam em março. Elas eram marcadas por orgias, danças e cantos, em que os participantes se entregavam aos prazeres da carne e do álcool. As Florálias eram festas em honra a Flora, a deusa das flores e da primavera, que aconteciam em abril. Elas eram caracterizadas por jogos, espetáculos e concursos, em que os participantes se adornavam com flores e se divertiam com gracejos e obscenidades.

Carnaval romano x Carnaval brasileiro

O carnaval romano na antiguidade era uma festa de inversão, de liberdade e de alegria, mas também de violência, de crueldade e de morte. Esses aspectos são retratados por Alexandre Dumas em seu romance O Conde de Monte Cristo, que nos mostra o lado sombrio do carnaval através de uma cena de execução pública. O carnaval romano nos faz refletir sobre a natureza humana, sobre os limites da diversão e sobre o contraste entre a luz e a sombra.

O carnaval brasileiro, por sua vez, tem origens mais recentes, mas também influenciadas pela cultura europeia. O carnaval chegou ao Brasil durante o período colonial, caracterizado por diversas brincadeiras, como o entrudo. A partir do século XX, uma série de ritmos e danças passou a fazer parte do carnaval brasileiro, como o samba, o maracatu, o frevo, o axé e o funk. O carnaval brasileiro é considerado a maior festa popular do país, e atrai milhões de turistas todos os anos.

O carnaval brasileiro é mais diversificado, colorido e musical do que o carnaval romano. Ele também é mais pacífico, democrático e inclusivo, embora ainda existam problemas sociais e violências que precisam ser combatidos. O carnaval brasileiro é uma manifestação da cultura e da identidade nacional, que expressa a alegria, a criatividade e a resistência do povo brasileiro.

Conclusão

O carnaval romano na antiguidade era uma festa de inversão, de liberdade e de alegria, mas também de violência, de crueldade e de morte. Esses aspectos são retratados por Alexandre Dumas em seu romance O Conde de Monte Cristo, que nos mostra o lado sombrio do carnaval através de uma cena de execução pública. O carnaval romano nos faz refletir sobre a natureza humana, sobre os limites da diversão e sobre o contraste entre a luz e a sombra.

Espero que este post tenha sido útil para você. Se você gostou, compartilhe com seus amigos e deixe seu comentário.

Até o próximo evento sombrio 🎃

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Éder S.P.V. Gonçalves
Osasco, SP, Brazil
É um ficcionista trevoso; escreve poema, romance e também conto. Mescla tom sério com humor ao falar sobre fantasia, mistério e terror. Mantém um blog onde posta textos por vezes sombrios e temperados com ácido humor.

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