A Primavera nos Livros
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A primavera é uma estação do ano que simboliza o renascimento, a renovação e a esperança. É um tempo de beleza, cores e aromas, que inspira muitos escritores e poetas.
Eu sempre me considerei um escritor profundamente inspirado pela natureza, pois sempre gostei de criar cenários campestres, selvagens e exóticos e afastados do mundo urbano e da modernidade.
Talvez por isso meus maiores projetos literários tenham acabado cuminando em um universo de espada e feitiçaria, em que as cidades grandes se parecem quando muito com os centros urbanos do mundo antigo. No geral, as vilas e aldeias onde essas histórias se passam são cenários rurais, campestres ou medievais. Neste universo a tecnologia é um elemento exótico e às vezes até alienígena.
Há algo em comum em quase todos os centros urbanos que eu já descrevi e que provavelmente ainda descreverei nessas histórias: eles estão sempre rodeados pela natureza, mas uma natureza vasta, às vezes sombria e selvagem. Um mundo natural indomável e brutal que recusa se dobrar diante da modernidade e da tecnologia.
Mas voltando a estação do ano que começa nesse dia 23 de Setembro por volta das 3 hs da madruga (a Hora da Hiena)... Em um dos meus trabalhos mais recentes (que pretendo republicar em algum momento no futuro próximo), há um capítulo em que a estação da primavera é citada brevemente:
“Algum tempo se passou, sem que a jovem monarca deixasse o seu palácio, sentindo-se amarrada a pesadas barras de chumbo. Um dia, porém, viu sobre o parapeito da janela de seu salão de conferências que há muito se encontrava vazio, uma bela ave. Seu canto era alegre; como as vozes de crianças que brincam. Então a jovem monarca pensou: 'Mas o canto de todas as aves de meu reino se entristeceu, como esta pode ainda estar alegre?'. Sua plumagem era viva; colorida como a primavera, e a jovem monarca pensou: 'No entanto, as cores de todas as aves de meu reino se apagaram. Então como pode ainda ser bela esta ave? '. Sua presença era reconfortante; como o colo de uma mãe, e a jovem monarca pensou: 'Tudo em meu reino perdeu a graça e tornou-se enfadonho, então como pode ser reconfortante a presença desta ave?'.
“E tendo pensado tudo isso, ela fez um tremendo esforço para aproximar-se da ave, a fim de reconhecê-la. (— Os Segredos dos Suna Mandís: Oitocentos Aromas de Devaneio)
Eu fui muito influenciado por outros escritores que tinham a natureza como uma de suas inspirações, pois também adoro ler livros que descrevem esse tipo de cenário (natural, selvagem e por vezes exóticos), seja em uma fantasia épica ou em uma narrativa sombria e perturbadora.
E como estamos dalando dela; a Primavera, vou citar hoje algumas das obras que já li e que se passam nessa estação ou a mencionam de forma poética ao longo de suas narrativas:
Em "O Senhor dos Anéis", de J.R.R. Tolkien, a primavera é o momento em que os hobbits celebram o seu Ano Novo, e também quando ocorre a Batalha dos Campos de Pelennor, que decide o destino da Terra Média. Um trecho marcante é quando Gandalf diz a Pippin: "O sol brilha, a grama está verde sob o nevoeiro dos vales. Olhe ao redor! A primavera está aqui!".
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Em "O Hobbit", J.R.R. Tolkien menciona a primavera no capítulo 3, intitulado “Um Breve Descanso”. Ele conta: “Eles deixaram a estrada principal na altura de um riacho vermelho que saía das colinas ao norte; ali havia um caminho antigo que seguia para oeste através do vale até as montanhas. Era um caminho bonito e tranquilo, cheio de grama verde e flores amarelas. A primavera estava no ar e os pássaros cantavam nas árvores. Os viajantes se sentiram revigorados e esperançosos.”
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Em "Caninos Brancos", o autor Jack London descreve a chegada da primavera no capítulo 8, intitulado “A Lei dos Dentes e das Garras”. Ele escreve: “A primavera chegou. A neve derreteu e os rios correram livres. A terra verdejou e as flores silvestres brotaram. As aves migratórias voltaram e encheram o ar de canções. A vida renasceu em toda parte, e com ela veio o instinto do amor.”
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Em "O Chamado Selvagem", também do autor Jack London, ele narra a mudança de estação no capítulo 6, chamado “Pela Trilha do Sol”. Ele diz: “A primavera chegou tarde, mas veio com força. O sol ficou mais quente, os dias mais longos, e a neve começou a derreter. Os rios se abriram e as cachoeiras rugiram. As árvores se encheram de folhas e os campos de flores. Os animais saíram de suas tocas e retomaram suas atividades. Era uma época de festa e alegria para todos os seres vivos.”
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Em "O Rei de Amarelo", de Robert W. Chambers: No conto “A Máscara”, ambientado em Paris, o escultor Boris Yvain cria uma solução química capaz de transformar matéria orgânica em pedra. Em um trecho do conto, ele descreve a beleza da primavera na cidade. Ele diz: "A primavera havia chegado; as árvores estavam em flor nos jardins das Tulherias; os esguichos d’água brilhavam ao sol nos tanques do Carrossel; as andorinhas voavam em círculos sobre o rio; os cafés estavam cheios de gente alegre; tudo era vida e movimento."
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No livro "Um Estranho Misterioso", de Mark Twain: Neste livro inacabado, ambientado na Áustria medieval, três garotos encontram um misterioso forasteiro que se diz sobrinho de Satã. Em um trecho do livro, eles observam a mudança da estação após um longo inverno. Eles dizem: "A primavera havia chegado; as neves tinham derretido; os campos estavam verdes; as flores brotavam por toda parte; os pássaros cantavam nas árvores; os sinos das igrejas tocavam festivamente; era Páscoa, o dia da ressurreição."
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E na coletânea "Histórias Sobrenaturais de Rudyard Kipling": Na história “Eles”, ambientada na Inglaterra rural, um homem encontra uma mansão habitada por crianças fantasmas. Em um trecho da história, ele descreve a paisagem primaveril que cerca a casa. Ele diz: "A primavera havia chegado; as sebes estavam cobertas de flores brancas e rosas; os narcisos e as violetas perfumavam o ar; as abelhas zumbiam nas colmeias; os coelhos saltavam nos campos; a casa parecia um refúgio de paz e amor."
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