A Primavera nos Livros

 

a primavera começa e em um campo com as montanhas no horizonte e as plantas desabrochando flores coloridas um escritor está sentado à sombra de uma árvore lendo um livro cheios de páginas

📃

A primavera é uma estação do ano que simboliza o renascimento, a renovação e a esperança. É um tempo de beleza, cores e aromas, que inspira muitos escritores e poetas.

Eu sempre me considerei um escritor profundamente inspirado pela natureza, pois sempre gostei de criar cenários campestres, selvagens e exóticos e afastados do mundo urbano e da modernidade.

Talvez por isso meus maiores projetos literários tenham acabado cuminando em um universo de espada e feitiçaria, em que as cidades grandes se parecem quando muito com os centros urbanos do mundo antigo. No geral, as vilas e aldeias onde essas histórias se passam são cenários rurais, campestres ou medievais. Neste universo a tecnologia é um elemento exótico e às vezes até alienígena.

Há algo em comum em quase todos os centros urbanos que eu já descrevi e que provavelmente ainda descreverei nessas histórias: eles estão sempre rodeados pela natureza, mas uma natureza vasta, às vezes sombria e selvagem. Um mundo natural indomável e brutal que recusa se dobrar diante da modernidade e da tecnologia.

Mas voltando a estação do ano que começa nesse dia 23 de Setembro por volta das 3 hs da madruga (a Hora da Hiena)... Em um dos meus trabalhos mais recentes (que pretendo republicar em algum momento no futuro próximo), há um capítulo em que a estação da primavera é citada brevemente:

“Algum tempo se passou, sem que a jovem monarca deixasse o seu palácio, sentindo-se amarrada a pesadas barras de chumbo. Um dia, porém, viu sobre o parapeito da janela de seu salão de conferências que há muito se encontrava vazio, uma bela ave. Seu canto era alegre; como as vozes de crianças que brincam. Então a jovem monarca pensou: 'Mas o canto de todas as aves de meu reino se entristeceu, como esta pode ainda estar alegre?'. Sua plumagem era viva; colorida como a primavera, e a jovem monarca pensou: 'No entanto, as cores de todas as aves de meu reino se apagaram. Então como pode ainda ser bela esta ave? '. Sua presença era reconfortante; como o colo de uma mãe, e a jovem monarca pensou: 'Tudo em meu reino perdeu a graça e tornou-se enfadonho, então como pode ser reconfortante a presença desta ave?'.

“E tendo pensado tudo isso, ela fez um tremendo esforço para aproximar-se da ave, a fim de reconhecê-la. (— Os Segredos dos Suna Mandís: Oitocentos Aromas de Devaneio)

Eu fui muito influenciado por outros escritores que tinham a natureza como uma de suas inspirações, pois também adoro ler livros que descrevem esse tipo de cenário (natural, selvagem e por vezes exóticos), seja em uma fantasia épica ou em uma narrativa sombria e perturbadora.

E como estamos dalando dela; a Primavera, vou citar hoje algumas das obras que já li e que se passam nessa estação ou a mencionam de forma poética ao longo de suas narrativas:

Em "O Senhor dos Anéis", de J.R.R. Tolkien, a primavera é o momento em que os hobbits celebram o seu Ano Novo, e também quando ocorre a Batalha dos Campos de Pelennor, que decide o destino da Terra Média. Um trecho marcante é quando Gandalf diz a Pippin: "O sol brilha, a grama está verde sob o nevoeiro dos vales. Olhe ao redor! A primavera está aqui!".

📃

Em "O Hobbit", J.R.R. Tolkien menciona a primavera no capítulo 3, intitulado “Um Breve Descanso”. Ele conta: “Eles deixaram a estrada principal na altura de um riacho vermelho que saía das colinas ao norte; ali havia um caminho antigo que seguia para oeste através do vale até as montanhas. Era um caminho bonito e tranquilo, cheio de grama verde e flores amarelas. A primavera estava no ar e os pássaros cantavam nas árvores. Os viajantes se sentiram revigorados e esperançosos.”

 

📃

Em "Caninos Brancos", o autor Jack London descreve a chegada da primavera no capítulo 8, intitulado “A Lei dos Dentes e das Garras”. Ele escreve: “A primavera chegou. A neve derreteu e os rios correram livres. A terra verdejou e as flores silvestres brotaram. As aves migratórias voltaram e encheram o ar de canções. A vida renasceu em toda parte, e com ela veio o instinto do amor.”

 

📃

Em "O Chamado Selvagem", também do autor Jack London, ele narra a mudança de estação no capítulo 6, chamado “Pela Trilha do Sol”. Ele diz: “A primavera chegou tarde, mas veio com força. O sol ficou mais quente, os dias mais longos, e a neve começou a derreter. Os rios se abriram e as cachoeiras rugiram. As árvores se encheram de folhas e os campos de flores. Os animais saíram de suas tocas e retomaram suas atividades. Era uma época de festa e alegria para todos os seres vivos.”

📃

Em "O Rei de Amarelo", de Robert W. Chambers: No conto “A Máscara”, ambientado em Paris, o escultor Boris Yvain cria uma solução química capaz de transformar matéria orgânica em pedra. Em um trecho do conto, ele descreve a beleza da primavera na cidade. Ele diz: "A primavera havia chegado; as árvores estavam em flor nos jardins das Tulherias; os esguichos d’água brilhavam ao sol nos tanques do Carrossel; as andorinhas voavam em círculos sobre o rio; os cafés estavam cheios de gente alegre; tudo era vida e movimento."

 

📃

No livro "Um Estranho Misterioso", de Mark Twain: Neste livro inacabado, ambientado na Áustria medieval, três garotos encontram um misterioso forasteiro que se diz sobrinho de Satã. Em um trecho do livro, eles observam a mudança da estação após um longo inverno. Eles dizem: "A primavera havia chegado; as neves tinham derretido; os campos estavam verdes; as flores brotavam por toda parte; os pássaros cantavam nas árvores; os sinos das igrejas tocavam festivamente; era Páscoa, o dia da ressurreição."

 

📃

E na coletânea "Histórias Sobrenaturais de Rudyard Kipling": Na história “Eles”, ambientada na Inglaterra rural, um homem encontra uma mansão habitada por crianças fantasmas. Em um trecho da história, ele descreve a paisagem primaveril que cerca a casa. Ele diz: "A primavera havia chegado; as sebes estavam cobertas de flores brancas e rosas; os narcisos e as violetas perfumavam o ar; as abelhas zumbiam nas colmeias; os coelhos saltavam nos campos; a casa parecia um refúgio de paz e amor."


Comentários

Minha foto
Éder S.P.V. Gonçalves
Osasco, SP, Brazil
É um ficcionista trevoso; escreve poema, romance e também conto. Mescla tom sério com humor ao falar sobre fantasia, mistério e terror. Mantém um blog onde posta textos por vezes sombrios e temperados com ácido humor.

Postagens mais visitadas deste blog

O Tigre, de William Blake

Filtrando pelo campo TSK_STATUS

Carmilla: a vampira de Karnstein

Hajime no Ippo e o Espírito de Desafiante

Aranha Gigante em Conan Exiles

Como configurar os níveis de aprovação no app Meu RH da Totvs?

A torre da Aranha suprema no Norte Glacial em Conan Exiles

Conan Exiles: Sobreviva, Construa, Domine

O Evernote premium vale a pena?

O Ataque da Estrela Negra: uma fantasia sombria de mistério e terror

📮 Formulário de contato

Nome

E-mail *

Mensagem *

👁‍🗨 MARCADORES

Curiosidades crônicas de escritor crônicas de um autor independente O Conde de Monte Cristo Alexandre Dumas filosofia Leituras Entretenimento Livros Memorandos Poemas a rua dos anhangás histórias de terror Caravana Sombria espada e feitiçaria halloween dicas diário histórias de mistério vampiros Contos Os Demônios de Ergatan histórias de fantasma lobisomens Fantasia Sombria Oitocentos Aromas de Devaneio PODCASTS folclore games histórias de aventura literatura gótica O Leão de Aeris Via Sombria conan exiles escrita kettlebell lua cheia micro contos sociedade Atividade Física Bram Stoker Exercícios de Criatividade arqueologia girevoy sport gyria inteligência artificial séries xbox Conan o Bárbaro Drácula Rudyard Kipling critica social folclore guarani ia liberdade melkor morte prisão sagas séries de tv Capas Desenvolvimento de Jogos Histórias Sobrenaturais de Rudyard Kipling Ilustrações Os Segredos dos Suna Mandís Passeios Psicotrápolas Robert Ervin Howard Space Punkers game designer histórias góticas hq humanidade lendas lendas urbanas mitologia paganismo personagens poema gótico política quadrinhos As Aventuras do Caça-Feitiço Conto Diana Haruki Murakami J.R.R.Tolkien Joseph Delaney O DIÁRIO DE IZZI Romancista como vocação Sandman V de Vingança Wana anhangás animes aranhas arquivo umbra arte bruxas chatgpt criação de histórias cultura gótica cultura pagã era hiboriana facismo fanfic fantasmas gatos pretos godot histórias de horror jogos jurupari mitologia brasileira natal outono paródia protheus sexta-feira 13 superstições totvs vida Café Holístico História Joseph Conrad O Coração das Trevas O Governador das Masmorras O Homem Sem Memória O Mentalista O Ventre de Pedra Terry Pratchett age of war andarilhos animes de esporte anotações bruxaria cadernos capa castlevania ceticismo conto de terror cotia crenças criatividade culto aos mortos demônios dia de todos os santos diabo drama educação engines estações do ano estrela negra evernote fantasia farmer walk feriado festividades ficção fantástica folclore indígena fotografias funcom hajime no ippo horror cósmico inverno krampus krampusnacht leitores listas lobos lua azul mangá masmorras matrix megafauna mitologia indígena netflix notion opinião palácio da memória papai noel podcast ratos reforma sea of thieves sinopse templo zu lai tigre tutoriais utilidades viagem no tempo vila do mirante vingança vlad tepes wicca Áudio-Drama A Arte da Guerra A Cidade dos Sete Planetas A Fênix na Espada A Sede do Viajante A Voz no Broche Age Of Sorcery Anne Rice Arthur C. Clarke As Sombras do Mal Bad and Crazy Barad-dûr Berkely Breve encontro com Dracooh de Beltraam Bushido Canto Mordaz Carmilla: a vampira de Karnstein Carta Para um Sábio Engenheiro Cartas Chuck Hogan Cristianismo Daniel Handler Direitos Iguais Rituais Iguais Discworld Divulgação Doctor Who Eiji Yoshikawa Elizabeth Kostova Elric de Melniboné Entrevista com o Vampiro Full Metal Alchemist Gaston Leroux Genghis Khan Grande A'Tuin Guillermo Del Toro Hoje é Sexta-Feira 13 e a Lua está Cheia Johann Wolfgang von Goethe Joseph Sheridan Le Fanu Joseph Smith Katana Zero Lemony Snicket Lestat de Lioncourt Lord Byron Lord Ruthven Louis de Pointe du Lac Mapinguari Michael Moorcock Michelly Mordor Musashi Na toca dos ratos letrados Nergal Novela O Fabuloso Maurício e seus Roedores Letrados O Historiador O Hobbit O Jirinquixá Fantasma O Lobo O Lobo das Planícies O Mar O Mundo de Sofia O Ogro Montês O Primeiro Rato Letrado O Rei de Amarelo O Senhor dos Anéis O Sexo Invisível O Sonho de Duncan Parrennes O Tigre O Tigre e o Pescador Obras das minhas filhas Olga Soffer Os Incautos Os Livros da Selva Os Ratos Letrados Outono o Gênioso Oz Oz City Pedra do Teletransporte Polo Noel Atan Red John Rei Ladrão & Lâmina Randômica Robert William Chambers Rotbranch Samhain Sarcosuchusimperator Sociedade Blake Stranger From Hell TI Tevildo Thomas Alva Edison Tik Tak Tomas Ward Vampiros na literatura Vida e Morte Wassily Wassilyevich Kandinsky William Blake absinto aho aho aleijadinho algoritmos alienígenas aluguel amazônia amor anagramas animais de estimação aranha marrom aranha suprema arquétipo astronomia atalho atitudes azar balabolka banho frio banho gelado bicicleta bienal do livro blogger boxe bugs caderno de lugar comum calçados militares caminhos escuros carlos ruas carta do chefe Seatle casa nova casas mal assombradas castelos castelos medievais categorias cavaleiro da lua chalupa chonchu chrome cidadania cientista civilização ciência condessa G condomínio configuração consciência conto epistolar coragem cordilheira dos andes crianças criaturas lupinas crimes cultura brasileira cultura otaku cárcere cães dark rider democracia deusa da lua e da caça dia das crianças dia de finados dia do saci dia dos mortos distopias doramas dun ecologia el niño ema encantos esboços escuridão espada espírito de luta espíritos exoplanetas falta de energia elétrica feiticeiras feitiçaria feitiços felicidade felipe ferri ficção ciêntifica fome fonte tipográfica fonógrafo fortuna fundação japão game pass gratidão greve gênero harpia homens humor hábitos saudáveis ia para geração de imagens idealismo igualdade de gênero imaginação imaterialismo indicação de séries inquisição jaci jaterê jogos 2d jogos de plataforma jornada kraken kraken tinto labirintos labirintos 2D lealdade leitor cabuloso lenda guarani leste leviathan licantropia linguagem de programação literatura inglesa livros infanto juvenis loop lua de morango lugares mal assombrados lógica de programação malaquias mandalas matemática mawé mboi-tui meio ambiente melancolia memorização mercado de trabalho meu rh microsoft midjourney mitologia grega mitra moccoletto mochila modelo de linguagem modo escuro molossus monograma monstros montanha morgoth morpheus moto motoqueiro mudança mudanças climáticas mulheres mundos método wim hof músicas natureza neil gaiman noite eterna nomes de gatos pretos nona arte nostalgia o que é vida o sempre sobre a torre objetos amaldiçoados objetos mágicos ogros oração os sete monstros osamu tezuka pena pensamentos perpétuos pesadelos pescador piedade pluto pod cast poderes povo nômade predadores prefácio primavera primeiras impressões prisioneiro problemas profecia pterossauro qualidade de vida quarta parede reclamação reflorestamento religião de zath resenha rio Pinheiros rio Tietê robôs roda do ano romênia sacerdotisas de zath sarcosuchus Imperator saturnália saúde segredos seres fantásticos serpente-papagaio sexo frágil sintetizador de voz smilodon sobrevivencialismo solstício solstício de inverno sonhar sophia perennis sorte suna mandís sustentabilidade série de terror tau e kerana teclado telhado telhas de pvc tempo teoria das cores texto em fala ticê tigre dente de sabre totvs carol transilvânia travessão trevas trickster tumba de gallaman tv título um sábado qualquer universidades varacolaci vendaval vida em condomínio vigília da nevasca vó mais velha windows wombo art ymir yule zath zoonoses águia ódio
Mostrar mais