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Mostrando postagens de setembro, 2025

O RUGIDO DA ESPADA: O FORTE NO CORAÇÃO DAS TERRAS SELVAGENS

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O Canteiro de Obras na Fronteira  🗡️ 29 de Setembro. Registro de Construção na Fronteira Leste. Atenção, aos amantes da aventura, que tem sede e fome de espada e feitiçaria, sangue e lendas sombrias. Olhem em volta! O ar aqui é ríspido, e o cheiro de terra sulcada é a prova de que estamos trabalhando. "Estamos", pois um escritor trabalha em conjunto com seus personagens, em uma parceria enigmática que lhe permite seguir seus passos rumo a lugares desconhecidos e, mesmo quando um mapa lhe serve de guia, os humores e decisões tempestuosas são capazes de mudar o curso dos acontecimentos. Neste sentido, um dos personagens mais poderosos e imprevistos com que um escritor é obrigado a lidar é o cenário: uma besta indômita que puxa a biga sobre a qual o escritor tem uma mera ilusão de controle, até perceber que a fera que o move está descontrolada. É com este personagem que estou lidando agora, enquanto escrevo sobre este pergaminho digital, à respeito das mudanças aqui no Blog... ...

O MAPA: DE ÉDER PARA AS TERRAS SELVAGENS - O INÍCIO DA JORNADA

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🗡️ Àquele que encontrar este pergaminho... O vento uivou na noite do equinócio de Primavera, trazendo o cheiro de tempestade. Não uma chuva comum, mas a fúria dos céus que prenuncia grandes mudanças. Olhei para fora da minha cabana, a única estrutura neste acampamento rústico, e vi as nuvens escuras se juntando, uma massa disforme de sombras engolindo o céu. O vento já rugia sobre as copas das árvores, que vergavam sobre aquela presença poderosa. Aquela tempestade não vai apenas lavar a terra; ela vai remodelar a paisagem. Por tempo demais, este lugar tem sido um refúgio. "O Estranho Mundo de Éder", meu diário de bordo, um registro de minhas leituras, jogos e devaneios. Mas um bárbaro não foi feito para ficar no mesmo lugar. A vida em um acampamento, por mais confortável que seja, não tem a glória de uma nova jornada. Há um desejo selvagem em minha alma que me impele a buscar algo mais. Um desejo de explorar, de descobrir, de enfrentar o desconhecimento. Recentemente, encont...

SAOHIME: A DEUSA DA PRIMAVERA E SUA LENDA JAPONESA ESQUECIDA

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Saohime: A Deusa Japonesa da Primavera que Encontrei em Minha Busca por Sombras É fascinante como a pesquisa para um projeto literário nos leva por caminhos inesperados. A jornada para dar forma a PROJETO MONTERUGIDO me fez buscar histórias de tragédia e redenção, de dualidade e de beleza que nasce nas cinzas. Pois, como bem sabemos, a primavera não é apenas flores e cores; é também a vida que se renova sobre o que se perdeu. Foi nessa busca por inspiração que esbarrei em uma figura notável do folclore japonês: Saohime. Minha afinidade com as lendas nipônicas vem, claro, da minha juventude devorando animes e mangás, e encontrar uma deusa da primavera com uma história tão complexa e melancólica foi como descobrir uma relíquia esquecida. Saohime é a prova de que a dualidade entre o belo e o trágico é um tema universal, que ressoa desde os mitos gregos até as lendas orientais. A Deusa dos Registros Antigos Para entender a história de Saohime, é preciso olhar para os textos mais antigos do...

PERSÉFONE: A SOMBRIA DEUSA DA PRIMAVERA NO SUBMUNDO

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A Estação dos Véus Tênues: Reflexões sobre a Primavera A primavera, para a maioria das pessoas, é um momento de alegria e renovação . As flores desabrocham, a terra se enche de verde e a promessa de vida parece dissipar a frieza do inverno. Para nós, no entanto, que habitamos as sombras e entendemos a dança entre a vida e a morte, a estação é um lembrete do poder arquetípico que reside na transição . O fim do frio não é a mera chegada de um clima ameno; é o despertar da natureza após uma "morte" simbólica . E esse ciclo, de vida-morte-vida, ressoa em minha própria jornada criativa. Eu vejo, por exemplo, o meu PROJETO MONTERUGIDO  (ou O Ermitão da Torre Velha, relacionado com o livro "Os Dois Suna Mandís" ) começar com um festival de primavera, uma celebração de vida que, inevitavelmente, carrega o eco das sombras. A dualidade da estação inspira a dualidade que busco em meus personagens e cenários. Não há flores sem a terra escura, e não há vida sem a sombra da morte...

UMA HISTÓRIA DE FANTASMAS, VINGANÇA E RUÍNA

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A notícia me alcançou como um golpe de martelo na escuridão. Os vencedores dos Wattys 2025 foram anunciados, e meu nome não estava na lista dos que se curvaram diante da vitória. Um guerreiro não pode lamentar a derrota em uma batalha, pois o sangue de seus ancestrais exige que a guerra continue. O caminho à frente é o único que importa. Assim, como um bárbaro que perde sua lâmina e forja uma nova, eu me debrucei sobre a tarefa de dar uma nova pele ao meu livro, "Os Dois Suna Mandís e o Fantasma da Mortalha de Fogo" no Wattpad . Eu, um homem que labuta com o traço e a tela, não pude encontrar o tempo para esculpir a capa com minhas próprias mãos. A vida é uma fera faminta que devora as horas e deixa pouco para a arte. Então, em vez de esperar, eu invoquei a magia arcana dos tempos modernos: a inteligência artificial. Criei um feitiço de palavras, um prompt de comando, para dar forma a uma imagem que assombrasse a mente dos leitores. Esta capa é um brasão de guerra temporário,...

O DIA DA VERDADE NO WATTYS 2025: UMA REFLEXÃO SOBRE O FIM DA ESPERA

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18 de Setembro, 2025. A data de hoje finalmente chegou. E, como já esperava, o meu livro, "Os Dois Suna Mandís e o Fantasma da Mortalha de Fogo", não ficou entre os finalistas do concurso Wattys 2025. A lista oficial está lá no perfil do concurso, mas deixo o link aqui , para quem quiser ver. É impossível não sentir uma pontada de decepção. Afinal, a gente se dedica a uma obra, investe horas e paixão, e sempre há uma pequena faísca de esperança de que ela será reconhecida. Para ser sincero, a minha intuição já me dizia que o resultado seria esse. O livro, afinal, teve apenas uma única leitura na plataforma até o momento. Não há mágica que mude isso. A matemática da concorrência é cruel. A propósito, paravéns aos finalistas. Há algumas histórias ali que chamaram minha atenção e estou ansioso para conhecê-las melhor. Mas a decepção é breve quando a paixão é maior. A minha mente, que nos últimos dias se perdia na ansiedade do concurso, agora já se volta para a próxima grande ave...

COMO CRIAR MAPAS DE FANTASIA: GUIA RÁPIDO PARA ESCRITORES

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Saudações, seres que amam as trevas e as névoas de um cenário de fantasia gótica, cheia de mistérios. Essa é mais uma página do meu Caos Diário , onde mostro um pouco dos bastidores do meu processo criativo. Dessa vez, estou seguindo um "mapa" para não me perder pelos caminhos pedregosos que sobem uma enorme cadeia montanhosa, atento para não despencar por vertiginosos desfiladeiros ou não me embrenhar demais em seus profundos bosques de altitude, habitados por feras e outras criaturas sinistras... Quem vier a ler "Os Dois Suna Mandís e o Fantasma da Mortalha de Fogo" (disponível no Wattpad) irá se deparar em algum momento com o nome Monterugido . É um nome que aparece ali de forma discreta, mas que dá pistas do que esperar após o final do livro. Esse é o nome de uma região montanhosa na costa Leste do Império de Hudan, ao norte da Costa do Tridente. Bem, é nesse cenário que eu tenho trabalhado ultimamente, e isso me levou a enfrentar um dos maiores desafios de qua...

HINEZUMI: A JORNADA LENDÁRIA DO RATO DE FOGO

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As Raízes Míticas: Do Huoshu Chinês ao Hinezumi Japonês Para entender o Hinezumi, precisamos voltar no tempo e cruzar o mar. A lenda original tem origem na mitologia chinesa, onde o ser é conhecido como Huoshu (火鼠). Textos clássicos descrevem a criatura habitando as "Montanhas de Fogo" no sul da China, vivendo dentro de árvores que queimam sem nunca serem consumidas. O Huoshu é retratado como um mamífero enorme, pesando entre 25 e 250 quilos, com um pelo fino e branco como a seda. Sua única fraqueza? A água, que é fatal para ele. A parte mais fascinante dessa lenda não é a criatura em si, mas as propriedades mágicas de sua pele. Quando o pelo do Huoshu era tecido, ele se transformava em um "pano lavado com fogo" (huo huan bu). Acreditava-se que este tecido podia ser purificado e limpo ao ser jogado nas chamas, emergindo "branco como a neve". Análises de estudiosos, no entanto, sugerem que a lenda foi uma explicação mítica para um material real: o amianto. ...