Pós-Apocalipse Agro-Punk: A Realidade Climática Brasileira

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Hoje é segunda-feira. O dia está chuvoso, um pouco frio, cinzento e bastante semelhante ao que conhecemos aqui no Sudeste nesta época do ano. O inverno está acabando e a primavera vai se avizinhando cada vez mais.

realidade distópica em que as terras brasileiras são um vasto deserto, em que tribos de brasileiros bárbaros no estilo Mad Max lutam pelas poucas árvores que restam. Neste cenário, quem tem acesso a uma fonte natural de água é rei e possui vários seguidores mercenáriosAinda assim, a estação que estamos deixando para trás não foi nada fácil e nem um pouco parecida com o que me lembro dela, da época da minha infância.

Parece até que agora, temos várias estações no inverno, assim como no nosso temperamental Outrono. Mas acontece que o inverno é um caro mais duro, mais seco e de poucoas "ideias" para essa espécie chamada Homo Sapiens (que de Sapiens, já sabemos, não tem nada). O inverno, de certo, teve verão, teve inverno frio ao extremo e teve também muita fumaça... O inverno de 2024 foi a estaçao da fumaça; sem dúvida.

E é disso que vou falar um pouco. Bom, na verdade, só vou desabafar um pouco e refletir sobre isso, pois isso me ajuda a ser positivo e deixar a ansiedade em dia.

O calor enfim deu uma trégua aqui no Sudeste do Brasil, e a chuva voltou para estas terras, a fim de aliviar nossos pulmões do ar seco e cheio de fumaça. Na última sexta-feira (aliás, uma sexta-feira 13), eu senti como se estivesse vivendo o episódio de uma série pós apocalíptica, em um mundo devastado por fogo e fumaça.

O problema é que não havia nada de ficcional naquela situação e apesar do meu interesse em folclore, mitos, lendas e histórias de terror e fantasia sombria, eu preciso falar um pouco sobre um assunto real e bastante terrível.

Estamos vivendo uma época de mudanças climáticas. No Brasil, o inverno foi pontuado por dias de frio extremo, porém em quase sua totalidade foi um inverno quente e seco. Além disso, muitas queimadas pelo país têm prejudicado a qualidade do ar, além de devastar importantes áreas de preservação ambiental.

Eu gostei de um termo que vi (acho que no Meteoro TV) na última semana e que descreve bem a situação no Brasil nestes tempos de crise climática durante o inverno seco e propício para os incendiários de plantão: estamos vivendo uma realidade pós apocalíptica agro-punk, em que certas esferas do mercado usam o fogo para devastar florestas que há tempos eles têm interesse em transformar em pasto ou lavoura.

Mas não podemos nos deixar paralisados pelo pessimismo. É hora de agir! Cada um de nós pode fazer a diferença no dia a dia, adotando hábitos mais sustentáveis e cobrando ações mais efetivas dos nossos representantes políticos. Podemos começar por pequenas mudanças, como economizar energia, reduzir o consumo de água, optar por transportes públicos ou bicicletas, e consumir produtos locais e orgânicos. Além disso, podemos nos informar sobre as causas e os impactos das mudanças climáticas, participar de iniciativas de voluntariado ambiental e apoiar projetos que visam a preservação do meio ambiente. Juntos, podemos construir um futuro mais sustentável e justo para as próximas gerações.

Eu me lembro que durante a pandemia de covid, com as pessoas confinadas em casa e a redução drástica de carros nas ruas e rodovias, foi possível perceber mudanças com a redução de poluentes e gases do efeito estufa. Mas com o fim da pandemia e a retomada das atividades humanas nos moldes tradicionais, as emissões geradas pelos automóveis voltaram a aumentar. Porém, isso permitiu evidenciar que reduzir as emissões de gases é fundamental para evitar ou pelo menos estancar os extremos climáticos que estamos vivenciando.

Seja a substituição dos motores tradicionais baseados em combustíveis fósseis por motores elétricos, ou seja com investimentos significativos e estratégicos em transporte público para reduzir a quantidade de automóveis na rua, algo precisa ser feito pela sociedade e pelos representantes que a sociedade escolhe para trabalharem para os seus interesses.

Infelizmente, claro (todos sabemos), os nossos representantes políticos trabalham para uma entidade (um deus moderno) a que todos conhecem como mercado e que se manifesta no mundo usando um avatar meio "virtual" que todos conhecemos como empresas.

Apesar disso, as pessoas precisam decepar a "mão do mercado" e retomar o controle sobre seus representantes, se quiserem que estes passem a trabalhar em questões emergenciais e estratégicas como as "mudanças climáticas".

Enquanto isso não acontece, nós, indivíduos, devemos pensar em ações individuais que possibilitem melhorar as coisas. Por exemplo: trocar o carro pela bicicleta pode parecer uma ideia muito radical e impossível para a maioria das pessoas. Porém, se para você é impossível ir trabalhar de bicicleta todo dia (eu sei que é difícil, fiz isso por 10 anos e desisti após quase ter sido atropelado algumas vezes), você pode ir deixar de usar o carro e adotar a bicicleta (ou uma caminhada a pé) para ir na padaria, no mercado, ir trabalhar apenas na sexta-feira de uma forma diferente (bicicleta, de carona com amigos, de transporte público, etc).

Sei que no "papel" (e na tela) tudo parece fácil. Porém, mais difícil é enfrentar a fúria da natureza e, apesar de nós brasileiros morarmos em um país paradisíaco em que desastres naturais soam como "coisa de ficção", estamos começando a ver que a ficção já não está tão longe da realidade.

Só este ano, tivemos uma cidade completamente inundada no Sul do país. Este evento teria sido considerado um dilúvio se tivesse ocorrido há alguns séculos nessa proporção. E de fato foi um dilúvio. As consequências da inundação só não foram piores devido à atual tecnologia e aos recursos que foram empregados no resgate e salvamento da população local. Ainda assim, as consequências ficaram.

Em 2019 tivemos a chuva preta das queimadas e um grande estrago ambiental causado pelo fogo ao redor do país. Nos anos seguintes, com a chegada da pandemia, não se falou mais em queimada e chuva preta. Porém, agora que a pandemia acabou, as queimadas (muitas criminosas, certamente, mas ainda assim intensificadas pelos extremos climáticos de secura e calor durante o inverno) e a fumaça retornou para os noticiários.

Em resumo, o período de melhora que tivemos na qualidade do ar e a diminuição de eventos extremos no clima durante a pandemia podem ser um indicador de que a ação humana é um agente importante nessa história. Por isso é sempre bom lembrar que as nossas próprias ações contam.

O mais importante, porém, é que as pessoas despertem para o fato de que elas precisam colocar seus representantes para tratar dessas questões com urgência, afinal, são esses "representantes" que tem o "poder" conferido temporariamente para elaborar projetos que permitam que "todos nós" possamos fazer a nossa parte.

Mas, enquanto um cataclismo não faz a humanidade despertar seus “cosmo” e elevar sua consciência ao sétimo sentido, vamos devagarinho, enquanto indivíduos, nos tornando herois do nosso próprio cotidiano, encontrando soluções ao alcance das nossas mãos e pés, como as bicicletas, os banhos gelados, o carro compartilhado, o transporte público, as caminhadas, os produtos sustentáveis entre muitas outras coisas que podemos fazer e que a tecnologia está aí para permitir que descobri-las e adotá-las seja algo tão fácil quanto ficar vendo memes engraçados nas redes sociais.

O que você pensa sobre essa situação?

realidade distópica em que as terras brasileiras são um vasto deserto, em que tribos de brasileiros bárbaros no estilo mad max lutam pelas poucas árvores que restam. neste cenário, quem tem acesso a uma fonte natural de água é rei e possui vários seguidores mercenários andando em brasilias amarelas com chapéus de vaqueiro. tristeza, fumaça