Aconchego Lupino: Aventuras de Safira, a Husky da Tundra

 

uma huskie de olhos azuis e pelagem branca e cinza andando em uma floresta de tundra

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Neste final de março, meus irmãos e eu nos reunimos na casa de nossa avó e de nossa mãe em um sábado, logo após a estação virar do verão para o outono. Fazia algum tempo que não nos encontrávamos pessoalmente e estava fazendo um frio considerável para quem passou o verão inteiro convivendo com temperaturas entre 30 e 40 graus Celsius; após meses com temperaturas acima dos 30º, uma tarde cuja máxima não passou dos 19º foi realmente de um frio agradável e aconchegante. E como que para celebrar a queda na temperatura e a mudança de estação, meu irmão levou consigo o mais novo membro da família; uma cachorrinha da raça Husky batizada de Safira, com apenas três meses de idades e lindos olhos azuis.

Não apenas o meu irmão estava encantado com a jovem Safira, como o restante da matilha também ficou muito feliz em receber a jovem Husky e dar-lhe as boas-vindas ao maior estilo lupino; e isso quer dizer que a Diana, Michelly, a Kelly o Ériton e Eu fizemos a Safira correr, pular, rosnar, latir e treinar caça com um bola de futebol de capotão que terminou a tarde marcada pelos dentes jovens e afiados de Safira.

Sempre é bom brincar com filhotes: eles são impetuosos e enérgicos (com a Diana e a Michelly em casa, eu que o diga). Além disso, Safira não parecia nem um pouco incomodada com o "frio" que fazia. Após se enlamear no jardim de nossa avó e quase trocar a cor de sua pelagem branca no peito e nas patas para um marrom cor de terra, demos a ela um banho com a água da mangueira que ela pareceu adorar. A água fria não era nada para ela, que até deitou sobre o chão molhado como quem se espreguiça em uma cama quentinha e confortável.

Os Huskies são de fato uma raça antiga e robusta, perfeitamente adaptada ao frio e que possuem ainda muito do instinto selvagem dos cães de antigamente: aqueles que ainda são um pouco mais próximos ao lobo do que os cães domésticos.

E por falar em cães domésticos, mal posso esperar para que nossa querida Pituxa conheça a Safira. A Pitucha é uma fêmea com pelagem cor de caramelo sem raça definida, de porte porte médio para pequeno, com cerca de seis anos e meio de idade e que adora passear e ficar perto da matilha, seja para receber carinho, descansar ao nosso lado enquanto assistimos TV ou nos acompanhar durante os nossos exercícios no quintal. Às vezes ela até nos obriga a incluí-la no programa de treinamento, com direito a treino de luta e perseguição (pelo menos, quando não está muito quente, nesses dias ela prefere nos observar lá da sala, onde o ventilador deixa a temperatura muito mais agradável para ela).

Espero que a Pituxa e a Safira se tornem boas amigas e companheiras de caminhada. Apenas temo pelas dificuldades de socialização que a Pituxa possuí — ela não aprendeu como se aproximar adequadamente de outros cães e aparentemente sofreu algum trauma na infância, antes de meu sogro trazê-la para casa. Cães precisam aprender uma série de habilidades enquanto filhotes e a socialização é uma das mais importantes para que saibam interagir com outros cães na vida adulta.

Enquanto conversava com meu irmão sobre essas questões, falamos também de dois livros que adoro desde que era apenas um filhote; Caninos Brancos e O Chamado Selvagem, de Jack London. Meu irmão está lendo Caninos Brancos nesse momento. Eu já li ambos (sendo que O Chamado Selvagem eu li inúmeras vezes), mas a Safira me deixou com vontade de ler ambos os livros novamente e eu estou muito inclinado a adicioná-los na minha lista de re-leitura deste ano.

Lembro que de tanto ler O Chamado Selvagem, consegui memorizar agumas páginas do início do livro, das quais hoje me recordo apenas vagamente do que dizia a primeira página:

Título: O Chamado Selvagem

Capítulo 1: Entrando no Reino Primitivo
Epígrafe: Instintos errantes podem parecer acostumados ao aperto dilacerante de velhas correntes. De repente despertam esfaimados a raçã. A fera, tão selvagem quanto antigamente. (Atavismo: John Miers Ohara)

Buck não lia jornais, do contrário saberia dos problemas que estavam arrumando para ele e para todos os seus semelhantes que morassem em algum lugar entre Puget Sound e San Diego. Aconteceu que alguns homens vagando pela escuridão do Ártico encontraram um certo metal amarelo, que por azar despertou a cobiça de milhares de outros. Então barcos a vapor e companhias de transporte intensificaram suas atividades, até que homens de todas as partes estavam praticamente invadindo as terras do Norte. Esses homens queriam cães; cães fortes e pesados, com pelos longos e fartos, que pudessem suportar a travessia das geleiras...

Vou aproveitar a deixa para postar nos próximos dias sobre esse livro: O Chamado Selvagem, e sobre a dura jornada que Buck rumo aos seus instintos primitivos.

Mas me diga, você também gosta de cães? De lobos? E Lobisomens?

Já entrou em contato com seus instintos primitivos alguma vez?

Deixe aí nos comentários.

Agora vou ficando por aqui, mas volto em breve com mais uivos e rosnados primitivos 🐕‍🦺 e quem sabe sobre com um pouco de sangue e trevas?

A Safira e eu pousando para minha irmã Kelly registrar essa foto no fim de tarde


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Éder S.P.V. Gonçalves
Osasco, SP, Brazil
É um ficcionista trevoso; escreve poema, romance e também conto. Mescla tom sério com humor ao falar sobre fantasia, mistério e terror. Mantém um blog onde posta textos por vezes sombrios e temperados com ácido humor.

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