Treino de criatividade na Lua Azul

 

Losisomens uivando para a lua azul

🌜🌕🌛

Hoje eu acordei com a cabeça no mundo da lua.
Enquanto escrevo fico pensando em como ela fica radiante no céu crepuscular e em como ela fica cada vez mais brilhante à medida em que a noite avança.
Afinal é hoje a tão esperada Lua Azul; uma poderosa e brilhante lua cheia muito especial... Conforme expliquei recentemente em outra postagem.
Em homenagem a essa data tão especial, fiz o meu treino de criatividade de hoje pensando em coisas relacionadas à lua.
Mas são apenas ideias breves, elaboradas de forma simplista em um período de 30 minutos. A ideia é exercitar a criatividade e enfrentar bloqueios criativos e não escrever um texto elaborado (por exemplo, por menor que seja um conto, ele precisa ser pensado e elaborado e retrabalhado até chegar em sua versão final, por mais que seja um conto curto ou mesmo um micro-conto).

Deixo as ideias do exercício de hoje abaixo:

Um xamã e seu cãozinho

A Maldição da Lua Cheia

Na minha última viagem para o interior, eu conheci uma pequena vila indígena. Após algumas horas agradáveis aprendendo sobre os seus costumes eu fui abordado por uma mulher idosa que os demais tratavam por uma feiticeira. Ela disse que iria me presentear com um animal amaldiçoado e que minha missão seria ajudar esse pobre animal a lidar com sua maldição. Nervoso, eu ri e disse que aceitava o presente e a missão, mais por não saber como recusar do que por qualquer outro motivo. Então a feiticeira foi até o terreiro, onde haviam filhotes de cachorro e voltou com um deles nas mãos. Eu indaguei qual era a maldição do pobrezinho; um pouco temeroso com o que ouviria a seguir. Então a feiticeira disse que nas noites de lua cheia ele se transformava em humano.
Eu ri um pouco, achando que era alguma piada, mas todos na tribo pareciam sérios quanto àquilo. Voltei para casa com o animal e, na próxima lua cheia, constatei que de fato o pobre animal se transforma em humano na lua cheia...

Um menina caminha para a lua

A Menina da Lua

Eu sou órfã e cresci nas conturbadas ruas de Ozferia, uma cidade famosa na comunidade underground do ocultismo por ser um polo de feitiçaria e alquimia... Um belo dia, vi um velho senhor sendo atacado por uns moleques encrenqueiros que estavam ficando famosos na minha área pelos assaltos e vandalismo. Eles faziam parte de uma gangue de delinquentes conhecidos como Bando do Javali. Eu sempre detestei bandos e esses cuzões que só se enturmam porque são covardes demais para se virarem sozinhos.
Muito puta da vida em ver aqueles babacas atacando um idoso, eu me meti na história, descendo a porrada neles... Bem, claro que eu apanhei também e, para dizer a verdade, só não levei a pior porque fiz um escândalo que acabou chamando a atenção das pessoas além do beco, na avenida movimentada que desce a ladeira do bairro... Depois que os moleques correram de volta para o bueiro a que pertenciam; como ratos de esgoto, eu me vi sendo erguida pela mão forte do idoso que eu havia corrido para proteger e pensei "como um velho forte daqueles não fez nada para se proteger?". Ele respondeu, como se pudesse ler a minha mente, que ele havia feito um voto de não ferir crianças e adolescentes e que era fiel a este voto. Eu não entendi nada daquilo, dei de ombros e me virei para ir embora. Mas o velho segurou meu pulso com firmeza e disse: calma minha jovem, você me ajudou e eu lhe devo uma retribuição. Eu rapidamente disse que não queria retribuição nenhuma; fiz o que fiz porque achei certo fazer o que fiz e nada mais... Ele riu e disse que gostava do meu espírito. Admito que esse papo de espírito me deixou assustada, pois ele falava e me olhava como se fosse mesmo capaz de ver o espírito das pessoas. Então me levou para a sua oficina, que ficava em uma entrada secreta além daquele beco. Eu deixei que ele me levasse para lá, mas durante todo o trajeto fiquei desconfiada e em alerta; mas, por mais que eu me mantivesse alerta, em nenhum momento senti más intenções nele: talvez eu também pudesse ver de alguma forma o espírito das pessoas.
Em seu laboratório estranho, cheio de vidros e outras ferramentas típicas de alquimistas, ele pegou um tipo de martelo e, se aproximando de mim, perguntou: se você pudesse vincular sua alma a alguma coisa, o que seria? Por algum motivo eu não levei muito tempo para pensar e responder: talvez por ser uma pessoa naturalmente espontânea. Então respondi "com toda certeza a lua". Eu sempre admirei a lua e sempre gostei de como ela iluminava as minhas noites solitárias em Ozferia. O velho riu e, com uma martelada de leve em minha cabeça disse "considere feito". Então a minha alma foi vinculada à lua e, graças a isso, adquiri estranhos poderes.

Um frasco monstruoso para uma poção monstruosa

Panaceia Maldita

Uma garrafa enfeitiçada, que se enche na lua cheia com um elixir mágico capaz de curar qualquer coisa... Mas com um efeito colateral: transforma a pessoa em um tipo de metamorfo, fazendo com que a pessoa se transforme em uma criatura mágica durante as noites de lua cheia. Cada pessoa se transforma em uma criatura diferente; mas há uma semelhança, essa criatura representa o lado sombrio e mais instintivo da pessoa.

Um lobo e uma flexa prateada

O Arco de Diana

Eu sou praticante de arco e flecha desde criança; é meio que uma tradição na minha família. Quando completei 13 anos, ganhei um arco muito especial da minha avó Diana; era um arco prateado cheio de inscrições estranhas e belas. Ela me disse que o arco era mágico e que se eu o usasse na lua cheia, as flechas disparadas teriam poderes mágicos, como por exemplo: transformar o alvo em um lobo obediente ao dono do arco. As flechas também podiam se transformar em águias que perseguiam o alvo até que o ângulo para o ataque fosse propício; momento no qual elas se transformam em raios ou serpentes venenosas que se lançam velozmente sobre o alvo em fuga.

***

É bom estar me dedicando a esse velho exercício, pois ele funciona muito bem no meu caso e recentemente já colhi alguns frutos desse treino.
Tenho trabalhado em meus livros e contos e acredito que tenho condições de melhorar algumas coisas que estão empacadas a tempos e resolver algumas dúvidas que tem me atormentado por muito tempo.
Em breve espero poder postar já algumas coisas sobre o assunto.

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Éder S.P.V. Gonçalves
Osasco, SP, Brazil
É um ficcionista trevoso; escreve poema, romance e também conto. Mescla tom sério com humor ao falar sobre fantasia, mistério e terror. Mantém um blog onde posta textos por vezes sombrios e temperados com ácido humor.

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