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Bastam poucos passos para qualquer lado
da estrada limpa e ordenada,
E o mundo fica áspero e diferente:
Churel e vampiro, gênios e elfos
Serão nossos guias esta noite.
Chegados somos è terra mais antiga
Onde as Forças das Trevas oficiam.
Do Crepúsculo à Avorada
Hoje eu trago eu volto a falar e indicar mais um conto de Rudyard Kipling; Na Casa de Sudhoo é uma história para quem gosta de magia, engano e suspense com uma boa dose de humor e crítica.
Para quem ainda não o conhece; Rudyard Kipling é um famoso escritor britânico, autor de obras famosas como O Livro da Selva, Kim e o emblemártico poema Se (também conhecido pelo título original em inglês: If). Nesse conto (Na Casa de Suddhoo), publicado pela primeira vez em 1886, Kipling narra a história de um velho indiano que é enganado por um falso mágico, que usa o telégrafo e a ventriloquia para fingir que pode curar seu filho doente em outra cidade. O conto é cheio de ironia e humor, e mostra a cultura e a superstição da Índia colonial.
A casa de Suddhoo, perto do portal Taksali, tem dois andares, quatro janelas de madeira vermelha e cobertura plana. Pode-se reconhecê-la pelas cinco grauras vermelhas dispostas como Cinco de Ouros no trecho de parede branca entre as janelas de cima. No andar de baixo, mora Bhagwan Dass, marceneiro que fiz ganhar a vida fazendo sinetes, e vive no andar de baixo com um bando de esposas, criados, amigos e agregados. Os dois cômodos de cima eram ocupados por Janoo e Azizum e um terrierzinho de pêlo preto e marrom furtado da casa de um inglês e dado a Janoo por um soldado. Hoje só Janoo mora na parte de cima (mas Azizum continua frequentando a casa).
Tanto Janoo como Azizum são (nas palavras do narrador) "Damas da Cidade, e a delas era uma profissão antiga e mais ou menos honrosa" (isto é, prostitutas). Aqui há uma camada de honestidade questionável — embora Kipling se esforce para mostrar Janoo como honesta e inteligente. O narrador é favorável a Suddhoo, porque ele, um Sahib ou britânico, conseguiu um emprego para um dos primos de Suddhoo. "Suddhoo diz que Deus vai me fazer um Governador um dia desses (outra camada de desonestidade — ou humor?) .
O conflito gira em torno da preocupação de Suddhoo pela saúde do filho que mora em outra cidade, muito longe de sua casa e o desonesto fazedor de sinetes, que diz ter poderes para saber da saúde do filho de Suddhoo mesmo de longe e que promete ajudar a curá-lo em troca de uma quantia de dinheiro exorbitante.
Na Casa de Suddhoo é um conto que explora os temas da superstição, da exploração e da cultura indiana. Kipling usa um tom irônico e bem humorado para narrar os eventos, contrastando a ingenuidade de Suddhoo com a astúcia do mágico e a sagacidade de Janoo. O conto também mostra a influência do telégrafo (que Suddhoo acredita ser algum tipo de magia) na comunicação entre as regiões da Índia, bem como a relação entre os britânicos e os indianos na época colonial.
Se você ficou curioso para ler esse conto, você pode encontrá-lo online em vários sites, como no site Project Gutenberg, que disponibiliza obras literárias de domínio público (vários contos de Kipling estão disponíveis em inglês lá).
Mas se você prefere ler o conto em português, e ainda aproveitar outras histórias sobrenaturais de Kipling, você pode adquirir o livro impresso Histórias Sobrenaturais de Rudyard Kipling, que reúne pela primeira vez num único volume trinta e trê scontos de Kipling — magistralmente traduzidos por José J. Veiga — que compreendem sua criação sobrenatural. Os contos estão organizados em ordem cronológica de " O Sonho de Duncan Parrenness" de 1884 a "O Jardineiro" de 1926 escrito dez anos antes da sua morte. Esta coletânea também inclui contos famosos como "O Signo da Besta" e "Eles". O livro foi lançado pela editora Bertrand (a edição mais recente é de 1997), e você pode comprá-lo em diversas livrarias online, como no site da Amazon.
Não perca a chance de conhecer esse conto incrível de Rudyard Kipling, que vai te surpreender e divertir com sua mistura de magia e crítica social. Na Casa de Suddhoo é um conto que vale a pena ler e reler, e que vai te fazer pensar sobre a natureza humana.