Manter um Blog é bom para um escritor?

 

Um escritor trabalhando em seu notebook para criar um novo blog

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Adeus Bahamut e olá Blog novo

E aí? Manter um Blog é algo bom para o escritor?

Eu diria que tudo depende de como você lida com isso. Hoje vou falar um pouco sobre como tem sido a minha experiência em torno deste assunto…

Hoje é dia 27/10/2020. O dia acaba de começar, literalmente, pois são 00:09. E porque estou escrevendo à essa hora da noite? Bom, porque faz alguns dias que estou maquinando sobre retomar o meu Blog novamente. Eu diria que as minhas últimas tentativas foram um pouco frustrantes, pois eu via a manutenção de um Blog como uma obrigação nesta grande jornada de ser um escritor. Eu sentia como se eu estivesse tornando minha jornada dupla; em que eu me dividida entre o trabalho de 12 horas no horário comercial e os breves momentos livres que eu podia dedicar à escrita, em uma jornada tripla, uma vez que eu precisava criar e manter um Blog.

Deste modo, o Blog esfriou e aos poucos voltei para os meus roteiros. Nesta época eu estava também às voltas com um árduo trabalho de dar um nome para a saga de livros na qual estou trabalhando a anos. Sim, eu levei um bocado de tempo para encontrar um nome. Nomes são importantes e eu não podia me comentar com qualquer um.

Enfim, uma vez decidido o nome, o resto do meu trabalho escrito voltou a fluir como um rio caudaloso. A estagnação mental foi vencida e voltei, aos poucos, a ver as coisas com mais clareza.

E isso também se refere ao Blog. Claro, eu retomei e parei esse Blog uma porção de vezes. Mas olhando pelo lado positivo, acho que eu aprendi muito sobre como fazer um Blog e principalmente sobre como “não fazer um”.

Dito isto, a lição mais preciosa é que um Blog funcional para mim deve ser exatamente como um “Diário de Bordo”. Simples assim.

Eu li muito sobre como o Blog é importante para um escritor, sobre ser uma oportunidade de praticar a escrita, de se comunicar com o público, atrair leitores, etc.

Tudo isso é verdade. Mas o caminho errado é pensar em um Blog com seriedade. Isso coloca muita pressão em algo que deveria servir no sentido oposto; deixar o escritor ou escritora mais relaxados, mais à vontade com o ato da escrita. O escritor e/ou escritora que se propõe a manter um Blog, deveria ver isso como uma Oficina de Escrita na qual ele e/ou ela é livre para errar.

Escrever, afinal, deve ser uma ato natural e não um processo enfadonho, rígido e doloroso.

Dito isso, o meu Blog voltará em breve (se você, seja lá quem ou o que você for) estiver lendo isso, é porque ele já voltou.

E quanto ao tempo necessário para atualizar o Blog, sem deixar de escrever meus livros e contos?

Sem problemas; quando eu sentir vontade de escrever um, eu escrevo um, e quando sentir vontade de escrever o outro, escreverei o outro.

Sem problemas; quando eu sentir vontade de escrever um, eu escrevo um, e quando sentir vontade de escrever o outro, escreverei o outro. Claro, algumas pessoas assinam contratos e possuem prazos a serem cumpridos. Mas convenhamos que 99% dos escritores não precisa se preocupar com isso. Se você também não precisa se preocupar com isso, então faça um favor a você e não se preocupe.

E sendo sincero, observando este ano de 2020 em retrocesso, eu escrevi bastante. Na verdade, eu sempre escrevi bastante (apenas não fui devidamente organizado para compilar o meu trabalho em um lugar só, e um Blog é uma desculpa perfeita para fazer isso). Então não tenho porque me preocupar com coisas chatas como: o Blog precisa ser atualizado senão ele não vale a pena.

“Valer a pena” precisa de um contexto, e acho que no contexto de qualquer escritor, escrever em um Blog; seja lá em qual frequência for, sempre valerá a pena; desde que ele se divirta fazendo isso. Afinal, escrever um Blog é também uma forma de publicação, que depende apenas da vontade do Autor para acontecer. O Blog também é uma forma válida e divertida de levar histórias, valores e informação aos leitores e as possibilidades não possuem limites, o que prova que isso é uma arte em si. Tomem como exemplo o senhor George R.R. Martim; mesmo com todo o sucesso que ele alcançou com sua obra, ele mantém um Blog no qual escreve com frequência: sobre seus livros, sobre futebol americano, sobre política, etc. Ouro autor de renome que também mantem um Blog nesse mesmo estilo “livre” e despreocupado é o Neil Gaiman. Se estes dois gigantes acham que o Blog é uma ferramenta importante para escritores, então há uma grande chance de que é mesmo importante.

Aproveitando que estou falando sobre organização e arte, este final de semana terminamos uma reforma aqui no apartamento. Bom, quem terminou foi o marceneiro; que veio montar o guarda-roupas do nosso quarto (o da minha esposa e eu) neste último sábado, dia 24/10/2020.

Então a senhora L. e eu aproveitamos para fazer uma limpeza “das boas” nas velhas “tralhas” que os anos foram acumulando. Realizamos um verdadeiro ritual de Feng Shui… Bom, não exatamente um ritual de Feng Shui, mas certamente aplicamos alguns de seus conceitos mesmo sem nos atermos às suas normas de forma rígida.

Enfim, quero dizer que nos desfizemos de muitas coisas antigas e que não eram mais usadas há já um bom tempo.

Dizem que objetos guardam energia psíquica e que essa energia pode atrapalhar o fluxo energético em um ambiente.

Você pode até achar que isso é uma grande bobagem, o que diria muito sobre você (se fosse esse o caso, mas tenho certeza de que você também leva isso de Feng Shui muito a sério).

Até mesmo minha antiga bicicleta arranjou um novo dono, depois de ficar parada por seis anos na chuva, sem ser mais usada. Agradeço minha velha amiga Bahamut (sim, eu dou nome para as minhas bicicletas) e que suas peças sejam felizes em sem novo lar.

A reforma e o Feng Shui terminaram no Domingo (bom, ainda preciso scanear uns desenhos antigos, mas eu diria que já estamos em 90%) e me sinto mais leve, como se tivesse mesmo me livrado de um peso “mental”.

O poder dessa organização minimalista é real e deveríamos aprender a levar esse conceito para outras áreas da vida: inclusive a arte.

Não seria o famoso bloqueio criativo um sinal de que estamos precisando fazer uma limpeza mental para liberar nosso fluxo criativo? Por exemplo, nos livrando dos anseios sobre o fracasso, das preocupações com os erros de escrita, dos medos de não ter retorno, da obsessão com a perfeição?

Um pássaro não pode voar carregado com todo esse peso. Então livre-se dele.

Agora são 01:01 e eu fico por aqui, pois amanhã terei mais um dia cheio.