Caos Diário: as crônicas de um escritor independente
Saudações espíritos errantes, que por ventura estejam perambulando por estas terras ermas.
Volto com mais uma página do meu Caos Diário.
Hoje é uma terça-feira de clima ameno, com promessa de uma trégua no frio que tem nos rondado por estas bandas desde o final de semana.
Comecei esse texto na última noite, mas só consegui finalizá-lo agora, enquanto sigo para o trabalho.
Combatendo o Bloqueio de Escrita e a Falta de Tempo
Eu tenho tido alguma dificuldade para me focar na escrita nos últimos tempos: muito trabalho e compromissos e preocupações da vida adulta tem roubado tempo, tranquilidade e disposição.
Estou me reorganizando para superar essa fase de bloqueio.
Parte desse processo de reorganização tem se baseado em organizar meu “caderno digital” no Notion (que neste momento está se parecendo mais com uma masmorra misteriosa e insondável até para mim, que não consigo me achar mais nela, de tanta coisa que acumlei de forma aleatória em seus calabouços, corredores e grutas sombrias).
Mas acredito que eu esteja precisando mesmo é pegar o meu fichário analógico e minha caneta e escrever um pouco à mão, do jeito antigo, em marcha mais lenta e de um jeito um pouco mais descompromissado, para poder voltar a escrever com mais fluidez.Inspirações Literárias e Ideias à Espera
Apesar de tudo, esse “bloqueio” não é bem um bloqueio, pois não é como se eu estivesse sem ideias. Há muita coisa que eu gostaria de falar, mas simplesmente não tenho conseguido tempo de escrever no momento em que as ideias e temas surgem.
Por exemplo, há pelo menos um ou dois capítulos do livro “Tormenta de Espadas” das “Crônicas de Gelo e Fogo” que eu gostaria de escrever. Em especial um capítulo do Sam, que narra um ataque dos outros ao acampamento de Mormont no “Punho dos Primeiros Homens”. Esse capítulo soou tão espetacular para mim quanto a introdução do primeiro livro. Não que os outros livros não tenham outras tantas cenas espetáculares e incríveis de modos diferentes, mas estas duas cebas tiveram um apelo especial para mim: talvez pelo toque sobrenatural que os “Outros” dão aos capítulos em que aparecem.
Também avancei um pouco na leitura de um livro sobre Piratas que estou lendo há uns dois meses em passos curtos (esse é um tema que sempre me atraiu). O livro em questão é Capitão Blood do escritor Italiano-Britânico Rafael Sabatini. O livro foi publicado em 1922 e narra a história de Peter Blood, um médico hirlandês que passou a maior parte da vida como soldado e marinheiro e que, após se estabelecer pacificamente como médico, é punido severamente por salvar a vida de rebeldes durante um conflito que ele próprio julgava patético e fadado ao fracasso. Daí a sua desventura o leva aos trancos e barrancos a se tornar um proeminente pirata, cuja história é inspirada em fatos e personagens históricos que realmente existiram. Livros desse tipo sempre me lembram o game Sea of Thieves e a série de filmes Piratas do Caribe, mas mesmo antes disso eu gostava de histórias de pirata, talvez por causa de desenhos animados da minha infância, afinal a temática do “rebelde” e “fora da lei” que se rebela contra um sistema opressor é bastante instigante para a mente jovem... Bem, essa é certamente uma visão infantil, mas eu era uma criança quando fui atraído para isso. Há muito sei que a real história dos piratas não possuía absolutamente nada de romântica (isso me lembra que eu preciso terminar a leitura de outra obra fascinante: Uma História dos Piratas de Daniel Defoe). Além disso, há outras razões para eu gostar desses universos aventurescos habitados por piratas: horizontes de aventura variados em meio à natureza, dos mares frios e praias rochosas do norte às ondas quentes do Caribe até as praias desertas e exuberantes da América do Sul, sem contar ilhas tropicais misteriosas espalhadas pelo Oceano. Sim, sou fissurado no contato com a natureza e em aventuras em lugares remotos e em suas civilizações perdidas e exóticas: prova disso é o meu apreço pelo litoral da mata Atlântica (que é um dos tesouros naturais do Brasil que tive oportunidade de conhecer devido à minha relativa proximidade com o litoral; cerca de cem quilometros, e que serviu de inspiração para o cenário de algumas de minhas obras literárias).
O Dilema das Recomendações do Wattpad
Também tenho uma coisa ou outra a falar sobre o Wattpad… Mas vou tentar não entrar em muitos detalhes… A coisa é a seguinte: o Wattpad não é muito bom em fazer recomendação de obras e isso não é nenhuma novidade, mas achei que o algoritmo havia melhorado durante o tempo em que estive longe da plataforma.
A minha reclamação é exatamente essa: que sentido faz recomendar um conto 3rót!c0 para um leitor de um conto de mistério e sátira social? A menos que o conto de mistério e sátira contenha conteúdo s3xu@l, não faz sentido algum. Pode parecer exagero da minha parte, mas garanto que a coisa piora: o uso de capas com cenas explícitas de s3x0 figuram entre as indicações que a plataforma faz quando entro na página dos meus contos. Acho que isso foi um “acidente” isolado, pois algumas dessas capas não aparecem mais. Provavelmente a plataforma removeu a capa e parou de indicar o livro ou então o próprio autor mudou a capa ou despublicou a obra. Mas eu cheguei a ver a imagem. Na hora eu pensei comigo “e se alguém vê as recomendações e acaba achando que minha história também possui conteúdo 3rót!c0?”. Claro, não tenho nenhum preconceito com histórias para “maiores de 18”, mas sou completamente contra a confusão que a plataforma faz com as recomendações e também contra imagens explícitas como essa, sendo que o objetivo a plataforma é promover histórias e não conteúdo puramente s3xu@1.
E essas recomendações são feitas, aparentemente, com base nas tags que usei para classificar minhas histórias: nenhuma dessas tags, porém, indica conteúdo s3xu@l ou qualquer coisa próxima disso. Mas acredito que as histórias com esse tipo de conteúdo compartilhem tags inofenciavas em comum, como por exemplo: “conto”, “loucura”, “insólito” e “provocador”. Veja, meu conto “Zona de Barateamento Populacional” usa a tag “conto”, “insólito” e “provocador”, pois é uma história “provocadora”, uma vez que nos faz pensar, é um “conto” e é uma história “insólita”. Até aqui, três das recomendações que o algoritmo do Wattpad fez para quem visita a página do meu conto são “contos 3rót!c05” (dois desses três contos usam o mesmo título) e “contos 3rót!c05: inc35t0” e tudo isso graças a tag “conto”. Por isso eu digo que esse método que olha apenas para as tags não funciona. Mas eu seria injusto em afirmar que o Wattpad olha apenas para as tags. Não, ele não faz isso. Ele olha também para a categoria da história. O problema é que não existe uma categoria para histórias 3rót!c@5, forçando os autores dessas histórias a categorizá-las em outros temas, como “Conto”, “Ficção Geral”, “Lobisomem”, “Vampiro” entre outros. Esse é um ponto interessante, pois muitos vão alegar “mas a minha história é de vampiro, mas contém conteúdo s3xu@1” e essa alegação é justa. Como resolver isso então? Eu diria que a minha bússola moral diria: se o foco da história são os “lobisomens”, então a categoria deve ser “Lobisomem”, mas se os Lobisomens são uma desculpa para levar o leitor para cenas de s3x0, então a categoria deveria ser “3rót!c0” ou algo assim. Mas sei que minha opinião será polêmica nesse sentido. Em todo caso, há outra forma de resolver isso…
Caso a plataforma não queira criar uma categoria para conteúdo 3rót!c0, poderia criar uma terceira classificação (além das tags e da categoria) indicando se a história possui ou não conteúdo focado em s3x0, para evitar a indicação de obras com esse tipo de conteúdo na página de obras que não possuem nenhuma relação com essa temática.
Enfim, o algoritmo de recomendação do Wattpad parece tão confuso como sempre e creio que a causa é a que estou apontando acima.
Isso significa que vou deixar de usar o Wattpad?
Reflexões Sobre o Futuro no Wattpad e o Wattys 2025
Ainda não sei, mas provavelmente não. O problema do algoritmo de recomendação me incomoda, mas não tanto quanto as imagens explícitas que vi em algumas capas. Vou me informar sobre os mecanismos de denúncia do wattpad, pois sei que a política da plataforma é contra essa prática. Quero deixar claro, porém, que não estou me referindo a imagens românticas e um pouco picantes que são comuns na literatura voltada para maiores de 18 anos, me refiro a imagens p0rn0gr@f!ca5 e completamente explícitas. Isso sim é um grande problema em uma plataforma que reúne tantos jovens e, no final das contas, a plataforma não tem esse propósito.
Ainda falando um pouco do Wattpad, houve uma atualização recente na plataforma sobre o Wattys 2025. Ainda não li, mas deixo o link para quem tiver em interesse em participar do concurso esse ano.
Eu pretendo inscrever alguma obra, pelo menos, no Wattys 2025, mas ainda não sei qual e não sei se vou conseguir concluir alguma delas à tempo para o concurso, ainda mais que estou trabalhando em mais de uma ao mesmo tempo. Apesar disso, a grande verdade é que com a demanda do meu trabalho e outras obrigações da vida adulta, eu não tenho tido tempo para escrever nada há algum tempo, o que é um pouco desanimador. Quando tenho algum tempo, ou estou cançado demais ou não consigo decidir por onde começar, o que é um sinal claro de sobrecarga. Daí a importância de retomar uma rotina de organização, para conseguir me achar em meio a esse caos desconcertante.
O Valor do Caos Diário para o Escritor Independente
Talvez retomar o meu Caos Diário com mais frequência também me ajude a organizar as ideias.
Bom, encerro por hoje essa página do meu Caos Diário (que sempre me ajuda a organizar melhor as ideias, como a penseira que o Dumbledore usa quando tem muita coisa na cabeça).
Nos vemos por aí…
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