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| da minha Galeria no Wombo Art |
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Hoje é quinta-feira, dia 02/02/2023;
Tenho trabalhado em algumas novas capas para algumas histórias. Quero reeditar O Leão de Aeris e também Os Demônios de Ergatan. Aliás, em relação a essa última história, devido ao seu tamanho, estou pensando em dividí-la em três livros. Por isso, preciso de 4 novas capas.
Estou aproveitando a minha recente experiência com A Rua dos Anhangás para criar capas usando I.A.
Vou aproveitar para filosofar um pouco sobre o uso de I.A. para gerar imagens (alguns dizem que são obras de arte).
Para começar, a definição do que é arte ou não é algo nebuloso. Uma igreja escupida a mão por uma pessoa pode ser considerada uma obra de arte (temos o exemplo do Aleijadinho para comprovar isso) enquanto que uma igreja construída hoje em dia de forma industrial (com peças pré-fabricadas) normalmente não receberia o status de "obra de arte".
O famoso Aleijadinho (Antônio Francisco Lisboa) usava as ferramentas da sua época (algo como martelo e ponteira) para criar obras incríveis.
Agora, pensemos um pouco, se pudessemos trazer esse famoso escultor de volta a vida e lhe ensinassemos a usas as modernas ferramentas do nosso tempo? O que ele não seria capaz de fazer?
Suas obras "modernas" deixariam de ser arte porque ele as fabricou usando ferramentas mais atuais?
Sei que há um movimento contra o uso de I.A. para gerar "arte", mas eu sinceramente não compactuo com esse movimento, justamente pela definição do que é ou deixa de ser arte e de quais ferramentas se usa para fazer ou não arte. Alguém pode dizer que isso é porque não sou desenhista (pintor ou qualquer coisa do genêro) e estou pensando apenas como um potêncial "cliente" de quem faz arte com imagens (no contexto que descrevi no início desse texto: gerar imagens para suar como capas de livro).
Eu discordo dessa abordagem. Primeiro porque eu gosto de desenhar (apesar de não me considerar um desenhista, tenho plena noção do trabalho e do valor dos artistas que criam obras de arte; de qualquer gênero: pinturas, desenhos, etc). Segundo, eu já desenhei capas para as minhas histórias antes e independente da ideia de usar uma imagem como capa, eu gosto de rabiscar sempre que posso, porque "arte" não tem muito a ver com comercializar um produto e sim com "fazer algo pelo puro prazer de fazer esse algo".
Nem sempre é fácil ou mesmo possível monetizar obras de arte. Vejam se os grandes artistas clássicos ganharam dinheio com sua arte em seu tempo de vida (até onde sei, a maioria não viu nem dinheiro e nem reconhecimento em sua época, excetuando umas poucas excessões).
Por outro lado, arte não inclui apenas pinturas e/ou desenhos e sim todo tipo de produção que envolva criatividade: como escultura (exemplo que já abordei nesse texto), o cinema, os quadrinhos, a música e muito mais pode ser considerado uma obra de arte. Como eu disse, as condições necessárias para essa classificação são nebulosas: o que é arte? e o que são obras de arte?
Alguns jogos de vídeo game, por exemplo, são verdadeiras obras de arte, como Okami ou (na minha opinião) Shadow of the Colossus.
Olhando por essa perspectiva mais atual, podemos dizer que muitos artistas ganham dinheiro com suas obras hoje em dia; direta ou indiretamente, visto que as obras que citei acima são em sua maioria produções conjuntas: o trabalho de uma orquestra, um filme, um anime, um quadrinho, um jogo são produções que normalmente envolvem dezenas e até centenas de profissionais.
Também podemos deduzir, por essa mesma perspectiva, que há uma "indústria" que faz dinheiro com o trabalho desses artistas.
Sendo assim, compreendo a preocupação que alguns artistas podem vir a ter de que a I.A. roube seus empregos. É o mesmo medo que vejo nos profissionais de outras áreas; como contabilidade, finanças e até mesmo na minha própria área (tecnologia) já existem sistemas que automatizam o desenvolvimento de software e até mesmo a criação de circuitos mais eficientes. Todas essas áreas (e muitas outras) já possuem sistemas de I.A. capazes de realizar o trabalho que até então era exclusivo das pessoas.
Mas, tirando por base as áreas em que isso ocorre há mais tempo, o que significa existir um sistema de I.A. capaz de fazer o mesmo trabalho que as pessoas? Significa substituir todas as pessoas e colocar "robôs" para fazer o trabalho? Não exatamente.
Nas empresas, o uso da I.A. visa "reduzir" sim mão de obra. Mas geralmente a mão de obra em questão é aquela que faz trabalhos repetitivos (mesmo que esses trabalhos repetitivos exijam certo grau de raciocínio). Mas ainda é preciso que a figura humana configure, supervisione e atualize o trabalho desses "robôs". Então o ser humano ainda é o mestre dessas ferramentas; porém esse mestre deixa de ter muitos subordinados humanos e passa a contar mais com o auxílio da I.A. para ajudá-lo no trabalho.
Da mesma forma, eu imagino (mas admito que posso errar em minha previsão) que um sistema de I.A. usado para gerar imagens pode no máximo ajudar artistas ou estúdios envolvidos com alguma produção artistica a reduzir a presença humana em seus trabalhos, mas não eliminar a figura humana.
Mas eu posso dizer algo com toda convicção: uma coisa é dizer que a produção artística pode ser impactada por novas ferramentas e abordagens mercadológicas, mas nenhuma técnica e/ou ferramenta de automatização pode acabar com a arte ou com os artistas. Os artistas são artistas por natureza e criar faz parte de quem são. Neste aspecto, os artistas continuarão fazendo arte, mesmo que não consigam mais fazer dinheiro com seus trabalhos. Ou talvez os artistas aprendam a usar a I.A. para fazer arte de novas maneiras (quem sabe?).
Aliás, sobre ganhar dinheiro com arte, ainda temos um fato para abordar: o de que a maioria dos artistas que existem não ganham dinheiro com seus trabalhos. Só temos essa noção porque como hoje há uma indústria em torno de produções artísticas, ficamos sabendo de escritores famosos, mangakás famosos, designers famosos, etc. Mas não temos a noção de quantos escritores, desenhistas, designers, etc, que produzem arte e não ganham reconhecimento ou dinheiro com suas obras.
Algo parecido ocorre com os jogadores de futebol (e com outros esportes): conhecemos aqueles que ficam famosos e ganham mais dinheiro, mas existem muitos jogadores em times menores que sequer conseguem se manter apenas com o futebol e dos quais não sabemos nem o nome.
Bom, enquanto reflito sobre esse tema, sigo testando a I.A. da Wombo Dream para criar capas que se aproximem do que imagino para as minhas histórias.